13 de nov. de 2008

céu dos cachorros

Ontem minha mãe me chama logo cedo pra levar o billy ao veterinário. (nao! billy nao eh meu irmao)
Tava na sala de espera da clínica quando uma mulher pergunta o que meu cachorro tinha.
Diagnóstico: doença de carrapato.
E ela, numa positividade nunca vista, me disse algumas palavras de apoio: Noooossaaa, que pena... essa doença mata mesmo!
Levantei na hora e nem olhei pra cara dela, eu ainda penso se deveria ter agradecido as lindas palavras que literalmente acabaram com minha manha.
Mas isso nâo foi nada, o pior eh que a profecia da doida realizou.
Assim, meu cachorrinho foi-se, na minha frente... respirando fundo de madrugada.
Bela maneira de começar um inferno astral.

5 de nov. de 2008

five years time




Ele nunca foi do tipo romântico. Já me deu flores, mas sempre no dia em que esperava por elas. Ele nunca foi muito bom com as palavras, mas me fez um desenho quando disse que me amava, coloquei em uma moldura branca e até hoje não me canso de ouvir.

Na verdade eu olhei pra ele primeiro. Depois ele me disse, como um aviso, que eu era sua namorada. Às vezes ele pergunta, por quê?

Vai saber!

Eu digo que é pelo dinheiro (que ele terá daqui alguns anos de trabalho).

Mas é que eu nunca respondi precisamente.

Talvez seja como ele me abraça todas as manhas, mesmo depois de uma noite ruim.

Vai ver que é porque ele sempre me faz rir, mesmo quando estou nervosa com isso.


E ele me acha linda, me acha inteligente, me chama de princesa.

Quem sabe seja porque ele me olha de uma forma só dele e porque eu preciso tanto dessa atenção.

Entre nós não existe perfeição e tentamos mesmo conviver da melhor forma com isso.

Saímos de mochila nas costas, malas nas mãos sem saber do resto. Eu tinha todos os medos... Mas tinha ele.

Ele é de peixes, eu sou de fogo.

Ele tem muita calma. Eu começo as brigas, eu aponto os defeitos. Eu nunca tenho certeza de nada, penso que é tudo complicado, até que... eu olho pra ele.

Nesse momento eu sei exatamente o que dizer.



Eu te amo porque a resposta não cabe em uma resposta.

22 de out. de 2008

os malas

todo mundo me pergunta se eu ja estou arrumando as malas.
pera ae, é normal fazer isso quase 15 dias antes de uma viagem?
ou será q eu q to ansiosa de menos?

26 de set. de 2008

eu vou.

sabe, acho que vou te visitar.
vou pegar aqueles abraços que deixei por ai.
vou devolver toda saudade que cresceu aqui em casa.
depois eu volto pq é assim que acontece quando a gente
tem que ser feliz.

11 de set. de 2008

?

tem coisa que acontece aqui que dá vontade de perguntar: onde está câmera?
pq eu tenho quase certeza que é uma pegadinha.

8 de set. de 2008

ZZZzzZZ

io mi sveglio alle 10 solo perche ho voglia!

2 de set. de 2008

Auguri!



Até parece que foi ontem que a Joyce disse “vamos fazer um almoço de despedida lá em casa”. Isso ainda faltava um ou dois meses, eu acho. Depois lembro bem do domingo que eu muito retardada paro na casa do Maicon e vejo o carro do meu pai ali, preferi pensar que ele deveria estar filmando alguma festa por ali .. ah sim .. Surpresa! Era a minha festa. Meus amigos também estavam lá, não todos, mas bastou pra me fazer muito feliz. E depois tinha um mega elefante lindo e um clip com o Justin.
Eu quis tanto que chegasse a hora de vir e de repente tava no aeroporto, todos ali pra dizer tchau. Nessa hora deu um nó impossível de engolir. Não era nada de ruim ainda, era medo, talvez, misturado com uma saudade que eu nem tinha noção de como iria doer mais tarde.
Chegamos, minhas malas não. Olhava tudo com um véu mágico do novo. A língua enrolava a cada vez que pensava em abrir a boca, por fim, sabia dizer: grazie (assim gratsie).
Chegamos em Milão mais tarde, as malas também. Morei um mês com um holandês, que até hoje não entendo como a gente conversava e como isso deu certo (ah sim tinha muita mímica). Eu entendia que ele gostava do macarrão que eu fazia... é, isso já tava bom porque eu acertava na sorte mesmo.
Trabalhei em vários restaurantes aqui. Várias vezes eu não pensava muita coisa boa disso, outras tantas eu me diverti bastante, só aqui mesmo pra isso acontecer. No começo não sabia como dizer bandeja (imagina uma garçonete que não sabe o que é isso).
Eu também nunca imaginei fazer isso na vida, sou redatora publicitária benhê. Era. Aqui ainda não faço isso. Talvez nem faça, to vendo novos rumos, moda pode ser um deles, mas eu te conto depois quando já tiver rindo dessa fase (não desmerecendo a classe, mas meus objetivos não param num lindo avental).
Conheci muita gente boa, outras nem tanto. Aqui a gente depende muito de amigos, são como sua família, tive sorte encontrar alguns com quem contar e fazer o mesmo por eles. Sinto uma falta incrível dos amigos que estão longe, falta do colinho, das risadas, das bobeiras, dos ombros. Me faz falta outros que não resistiram aos efeitos geográficos, cederam a distancia e sumiram de vez.
Hoje minha língua não enrola tanto e o véu do novo foi-se.
Hoje já é o lugar que eu moro e conheço: Milão. Fria e quente, suja e cinza, fashion, eclética.
Já sofri com a mudança.
Já odiei a comida.
Já aprendi a fazer o que eu quero comer.
Descobri que bandeja é vassoio.
Aprendi de uma forma muito dolorida que os hospitais da Itália funcionam muito bem, depois de capotar com o carro em uma estrada.
Também mudei muito minha cabeça, principalmente meu cabelo.
Já tenho muita coisa que me faz rir do nada.
E muita gente me pergunta se eu to feliz. Às vezes eu digo que tenho muita saudade. Isso não quer dizer que eu esteja triste, saudade não é tristeza, é saudade. Ou então pq teriam inventado dois nomes pra mesma coisa?
A felicidade é relativa, minha saudade é constante e tristeza, não obrigada.
Mas um ano aqui passa como um mês (sem exageros, passa mesmo rápido). Ainda tenho tanta coisa pra fazer, pra dar certo, pra conhecer e aprender aqui. A saudade eu agüento “doloridamente”, a tristeza não.
Então parabéns pra mim! Parabéns pro Guilherme também que tem agüentado todas essas mudanças e me agüentado. O primeiro pedaço do bolo com certeza vai pra ele. (por todas as vezes que eu precisei que ele fosse mais forte do que eu...e ele é).
Hoje não esperamos mais, chegaram os documentos italianos e foi o dia mais feliz em um ano aqui.
Sei que o que eu escrevi não é nada de tudo que eu aprendi e vivi aqui em 365 dias, sei também que isso não interessa a muita gente, é grande coisa pra mim.
Ah sim! Hora de apagar as velinhas. Faço desejo? Será? Tudo bem... desejo que tudo dê certo. Eu até poderia ter sido mais especifica nisso, mas acho que já ta em andamento, não quero atrapalhar os planos celestiais (se bem que eu acho que fumaça de vela de bolo de aniversário não influencia muito)

A gente se vê por ai, tenho tantas fotos e abraços guardados.

Arrivederci!

13 de ago. de 2008

in.side

Conheci uma garota
Seu nome era positividade
Ela era uma péssima mentirosa
disse que era minha amiga
mas não me visitava todos os dias
Ficou semanas sem dar as caras
sumiu
eu não ia atrás
tbm não queria saber
Até que um dia, eu liguei
Ela disse com seu jeito feliz:
adoro quando vc me procura
durou uns dias
depois
sumiu, de novo
Tenho que me acostumar com esse tipo de coisa

7 de ago. de 2008

o que os olhos vêm.

Tava dando uma navegada básica no orkut é uma coisa que venho fazendo muito. Uma pq é bem legal olhar as coisas alheias (mas é pra isso que o orkut existe, vero?) e outra pq não ando tendo muito o que fazer. Quando fico atoa começo a pensar de mais e olhando as fotos de alguns álbuns, até mesmo de quem eu não conheço, percebi que ta todo mundo muito feliz e contente.
São fotos de festas, de vários e vários amigos reunidos, de pessoas apaixonadas, de lugares incríveis. Como as fotos deixam tudo lindo! Mas não estou dizendo que é ruim, aliás parece ser uma coisa de alta necessidade mostrar que ta tudo bem, principalmente pra quem vem bisbilhotar.
Não me excluo dessa, meu álbum ta bem feliz. Há algum tempo atrás, mas especificamente no reveilon, tinha uma foto minha no Castelo Sforzesco em Milão. Quem via aquilo podia até pensar: “caraio, que chik ! Puta lugar pra passar a virada heim!”. Saibam que é mesmo um puta lugar, mas quem foi pra lá na noite do reveillon é pq não tinha planejado nada e lá foi fim de festa, sem falar de como eu estava triste de estar longe de todo mundo.
As minhas fotos hoje estão mais verdadeiras, sei que as de muitos álbuns que eu olhei tbm são. Mas tenho certeza que milhares de outros são montagens de “olha como eu to bem” ou “olha como foi legal”.
Dizem que uma imagem substitui mil palavras, mas eu ainda sou adepta a uma boa conversa fora do mundinho azul do orkut.

3 de ago. de 2008

2 de ago. de 2008

Sabe como é né


Domingo passado uns amigos vieram em casa e como eu acabei de me mudar não tinha nada na geladeira. Mas aqui tem um certo problema nesse dia, domingo não se trabalha em Milão, quase tudo é fechado, só extra comunitários trabalham (entenda-se por chinas, japas, marrocos, indianos e outros estrangeiros. Ah sim, brasiliani estão nessa lista).

Bom, então sai na caça de algo aberto, depois de muito andar (com o sol rachando na cabeça) entrei num mercadinho indiano, era tudo indiano, comida, coisas, latas, tudo. Até a mulher do caixa tava vestida com aquelas roupas coloridas (que eu acho o ó!). E eu na minha sublime sonsêra pergunto a gentil moça: Vcs vendem carne? levou 2 segundos ainda para perceber como fui mongol, talvez foi quando a mulher me olhou com uma cara de " deus vaca perdoe essa pessoa que come sua carne". Ou então foi o retomar da minha consciencia cultural ao lembrar que "alouuuu hindu nao come carne!". Juro que pensei em dizer que era carne se soja, mas nisso a mulher ja tava suando na minha frente e respondeu: não, carne não vendemos. É, sai de lá o mais rápido que eu consegui. Hoje comemos um bifão bem acebolado e pensei: as vacas são mesmo ótimas.

8 de mai. de 2008

dizem que repetir várias vezes vira verdade


nutella não engorda, nutella não engorda, nutella não engorda, nutella não engorda, nutella não engorda, nutella não engorda, nutella não engorda, nutella não engorda, nutella não engorda, nutella não engorda, nutella não engorda, nutella não engorda, nutella não engorda.

7 de mai. de 2008

Melhor amigo instatâneo

quer fazer varios melhores amigo em menos de, digamos, uns dois copos de cerveja? vá morar no exterior. é impressionante o quanto as pessoas aqui se relacionam rápido. um encontro, uma conversa e com certeza vc vai ser o novo amigo da lista. eu digo pq eu tbm faço, to andando na rua e puf! eis que surge um brasileiro e dai começa o cambio: e-mail, orkut, telefone e endereço. vai ser sempre assim .. e pior, as amizades dao certo.
é que talvez as pessoas , longe do resto, encurtam aquele caminho todo de requisitos para melhores amigos como: 1. estar em 3 aniversários consecutivos/ 2. saber o nome dos seus pais e o dos seus cachorros/3. segurar sua cabeça enquanto vc vomita (ou vice-versa)/4. rir da piada sem graça/ 5. te emprestar uma coisa valiosa/ 6. te doaria um rim se vc precisasse, etc...
aqui basta saber "como c chama?"e "de onde c é?".
mais rápido que miojo e tem lá seu sabor pra matar um pouquinho dessa fome de amizade.

6 de mai. de 2008

zapiando

A televisão na Itália é uma merd*. Pra vc ter uma idéia é como assistir o SBT e Record (em sua rica e divertida programaçao de domingo) o dia todo, todos os dias. Daí tem os desenhos... me fazem pensar que eu tenho 12 anos, eles ainda estão nos anos 80/90. E o pior, eles gostam!
Eu que to aqui sem fazer nada fico refém dessa caixa de horrores, é bom pra aprender a língua...(ja to fera do "gira a roda") mas ninguém merece isso por mais de 30 minutos e com intervalos comercias (ah sim, esses são bons!).
a comodidade me deixava muito comoda (ai, ai)

5 de mai. de 2008

Amostra grátis


Sim, começou a primavera do lado de cá. É bem verdade como o clima muda as pessoas, to começando a ver sorrisos de fora, e também as pernas e braços brancos (eu tenho até coragem de usar saia aqui). Os parques lotam de gente de tudo quanto é tipo, é colorido e quentinho, oito e meia da noite ainda dá pra ver o sol. Pena que vai passar bem rápido.

2 de mai. de 2008

meu cabelo é que sofre

Nao sinto o chão embaixo dos meus pés por mais de 30 minutos e é assim que vai e vem minha segurança. Quando vou dormir, só tenho uma vaga idéia do que pode acontecer amanhã, uma vaga idéia, bom pelo menos acordar eu vou!
Nunca provei tantas incertezas que me parecem tão certas. Ontem eu tava lendo um livro (ahá! em italiano!) de um cara que larga as coisas e sai no mundo e pensei, "carai, o cara é loco". Ei pera ae dona Roberta, vc fez o que mesmo? "Carai, vc é doida". Essa é a frase que vem gritando na minha cabeça no exato momento que o chão desaperece e ueeeeeeeeeeepa, vertigem. As vezes dá enjoo, as vezes desespero, mas ultimamente isso ta me fazendo rir. Essas quedas não fazem bem pro estomago, mas me fazem mudar muito. Isso deve explicar todas as cores e tamanhos do meu cabelo, se muda aos poucos por dentro... eu faço o contrário de fora (yeh babe, revolution!).

8 de abr. de 2008

O verbo ESPERAR

Desde de quando a gente resolveu vir pra itália muitas coisas aconteceram e eu conjuguei muitos verbos: sofrer, amar, chorar, sorrir, sentir ... mas de tudo isso tem um que sempre me acompanha de perto e praticamente dita tudo por aqui: esperar.
Esperei um ano todo passar até setembro, depois esperei que nao fosse tão rápido, mas foi. Esperei 13 horas de aeroporto e avião até chegar aqui. Esperei minha cabeça abrir e entrar como um download essa lingua estranha e ainda ta baixando o arquivo. Mas a grande espera mesmo são os documentos italianos, o tão desejado passaporte beterraba.
Parece que, depois de quase sete meses, a minha vida ainda não começou. Eu ainda me sinto turista e espero que isso passe.
Essa coisa de não saber o que vai acontecer pode ser excitante, ou não... sabia que isso de ser certinha d + não ia combinar com a europa e ficar fora de moda em Milão é um pecado. Espero mudar o jeito, espero dar um jeito na saudade.
E sobre os documentos, hoje recebi a noticia que o processo será concluído em 90 dias.
Espero.