2 de set. de 2008

Auguri!



Até parece que foi ontem que a Joyce disse “vamos fazer um almoço de despedida lá em casa”. Isso ainda faltava um ou dois meses, eu acho. Depois lembro bem do domingo que eu muito retardada paro na casa do Maicon e vejo o carro do meu pai ali, preferi pensar que ele deveria estar filmando alguma festa por ali .. ah sim .. Surpresa! Era a minha festa. Meus amigos também estavam lá, não todos, mas bastou pra me fazer muito feliz. E depois tinha um mega elefante lindo e um clip com o Justin.
Eu quis tanto que chegasse a hora de vir e de repente tava no aeroporto, todos ali pra dizer tchau. Nessa hora deu um nó impossível de engolir. Não era nada de ruim ainda, era medo, talvez, misturado com uma saudade que eu nem tinha noção de como iria doer mais tarde.
Chegamos, minhas malas não. Olhava tudo com um véu mágico do novo. A língua enrolava a cada vez que pensava em abrir a boca, por fim, sabia dizer: grazie (assim gratsie).
Chegamos em Milão mais tarde, as malas também. Morei um mês com um holandês, que até hoje não entendo como a gente conversava e como isso deu certo (ah sim tinha muita mímica). Eu entendia que ele gostava do macarrão que eu fazia... é, isso já tava bom porque eu acertava na sorte mesmo.
Trabalhei em vários restaurantes aqui. Várias vezes eu não pensava muita coisa boa disso, outras tantas eu me diverti bastante, só aqui mesmo pra isso acontecer. No começo não sabia como dizer bandeja (imagina uma garçonete que não sabe o que é isso).
Eu também nunca imaginei fazer isso na vida, sou redatora publicitária benhê. Era. Aqui ainda não faço isso. Talvez nem faça, to vendo novos rumos, moda pode ser um deles, mas eu te conto depois quando já tiver rindo dessa fase (não desmerecendo a classe, mas meus objetivos não param num lindo avental).
Conheci muita gente boa, outras nem tanto. Aqui a gente depende muito de amigos, são como sua família, tive sorte encontrar alguns com quem contar e fazer o mesmo por eles. Sinto uma falta incrível dos amigos que estão longe, falta do colinho, das risadas, das bobeiras, dos ombros. Me faz falta outros que não resistiram aos efeitos geográficos, cederam a distancia e sumiram de vez.
Hoje minha língua não enrola tanto e o véu do novo foi-se.
Hoje já é o lugar que eu moro e conheço: Milão. Fria e quente, suja e cinza, fashion, eclética.
Já sofri com a mudança.
Já odiei a comida.
Já aprendi a fazer o que eu quero comer.
Descobri que bandeja é vassoio.
Aprendi de uma forma muito dolorida que os hospitais da Itália funcionam muito bem, depois de capotar com o carro em uma estrada.
Também mudei muito minha cabeça, principalmente meu cabelo.
Já tenho muita coisa que me faz rir do nada.
E muita gente me pergunta se eu to feliz. Às vezes eu digo que tenho muita saudade. Isso não quer dizer que eu esteja triste, saudade não é tristeza, é saudade. Ou então pq teriam inventado dois nomes pra mesma coisa?
A felicidade é relativa, minha saudade é constante e tristeza, não obrigada.
Mas um ano aqui passa como um mês (sem exageros, passa mesmo rápido). Ainda tenho tanta coisa pra fazer, pra dar certo, pra conhecer e aprender aqui. A saudade eu agüento “doloridamente”, a tristeza não.
Então parabéns pra mim! Parabéns pro Guilherme também que tem agüentado todas essas mudanças e me agüentado. O primeiro pedaço do bolo com certeza vai pra ele. (por todas as vezes que eu precisei que ele fosse mais forte do que eu...e ele é).
Hoje não esperamos mais, chegaram os documentos italianos e foi o dia mais feliz em um ano aqui.
Sei que o que eu escrevi não é nada de tudo que eu aprendi e vivi aqui em 365 dias, sei também que isso não interessa a muita gente, é grande coisa pra mim.
Ah sim! Hora de apagar as velinhas. Faço desejo? Será? Tudo bem... desejo que tudo dê certo. Eu até poderia ter sido mais especifica nisso, mas acho que já ta em andamento, não quero atrapalhar os planos celestiais (se bem que eu acho que fumaça de vela de bolo de aniversário não influencia muito)

A gente se vê por ai, tenho tantas fotos e abraços guardados.

Arrivederci!

12 comentários:

Flávia Stefani disse...

Um ano passa rápido, né? Para mim já são quatro desde que saí de Goiânia, três desde que saí do Brasil. Sou uma pessoa completamente diferente em todos os aspectos - diferente pra melhor. Você eu já não sei, acho difícil ter onde melhorar.

Gostoso ler sobre sua trajetória, Boberta. Parece que eu lia a minha própria e sim, a gente super se vê por aí, italianinha linda. ;) Não vejo a hora, really.

Parabéns!

Mu-wah(K)!

Ellen Pitillo disse...

Ahhh você conhece a Flavinha?

Então Roberuta, chorei agora, juro. Não deveria fazer isso em público mas venho treinando esses dias. Não tem dado certo. Pra mim hoje faz só 2 meses, e já parecem anos. Os mesmos que gostaria de ficar mais por aqui.
Sinto muitas saudades. Super lindo texto. Te amo muito minha amiga pra sempre.

Anônimo disse...

Ok oK ok
Já que três redatoras escreveram eu, OBVIU, não vou ficar de fora.
Minhas amigas, distantes... Tanta coisa aconteceu. Nem acredito que em um flash eu vi a Flavinha no meu casamento. Affe! foi tão rápido que acho que foi um delírio até agora. E a Beta... essa nem se fala, fez e faz muita falta.
Saudades de vocês. Saudades de tudo. O tempo e a distância não precisavam ser tão cruéis.
Ainda nos vemos... e nesse dia vamos precisar de muito tempo (muuuuito tempo) pra colocar todos os detalhes em dia.
Grande abraço, sorte e sucesso.
Bjo

Unknown disse...

Nietooooooooooooooooooo..... entao parabens!..... mais nao deixa mais um ano passar antes de voltar pra visitar a gente....

bjus...

Micha

Unknown disse...

Eu nem sei por onde começar quando pretendo falar desse casal tão especial para mim. Nao só porque do nada ficamos amigos, mas por me sentir realizados neles quando vejo essa brava trajetória iniciada há um ano. Meus caros. O Mundo abre alas para quem sabe onde vai. Ninguém disse que saber onde quer ir implicaria em ser fácil o caminho, mas a coragem já é um excelente estímulo para vencer cada um dos desafios. Vcs estão vencendo todos e é assim que se faz uma bela história, uma bela carreira, um incrível relacionamento e uma vida linda. Amo vcs. Arrasem e muita força aí. Muita coisa já deu certo. Bjao

Anônimo disse...

Um ano passa rápido, né?
Passa pra quem não anda devagar. Passa pra quem escreve todo dia, um calendário diferente. Há quem nem saiba o que é um calendáro. Há quem nem saiba nada. Mas vocês, Roberta e Guilherme, sabem. Não o que seja um simples calendário. Sabem viver, sobreviver. Os invejo, pra dizer a verdade. Não, não se assustem com a palavra "inveja". É uma inveja boa, de estar feliz por vocês, de viver um pouco a felicidade de vocês. Sou ligado em vocês por osmose. E, também por osmose, sei o que é um calendário. Alguns dias eu deixei de escrever. Outros, escrevemos todos juntos das vezes que nos encontramos para rir, beber, dar risadas.
Enão parabéns pelo calendário! Sim, o calendário, primeiro, italiano, sofrido, com folha de papel manteiga e caneta Bic quase falhando. Mas tenho certeza de que esse calendário é muito especial para vocês, assim como vocês são muito especiais para mim.
Um puta abraço.
Mesmo daqui, sento na primeira fila para ver o sucesso de vocês.

Camila Reis disse...

O meu quase um ano tambem passou tao rapido
Me lembro daquele dia de bebedeira em que nos conhecemos na casa da Anne e como num piscar de olhos eu ja estava abracando vc e o gui com lagrimas nos olhos
Mas levo um pedacinho de vcs dois e de mais tantas pessoas tatuados no meu braco em forma de saudades
LITERALMENTE
te adoro
bjs e agora so lhes desejo sucesso ja que esse documento lhes dao asas pra voarem por toda a UE

Roberta disse...

obrigada queridos pelas palavras, vcs sao culpados por toda essa saudade e o quentinho do meu coraçao

Unknown disse...

Cabeça, só hj li esse post... e chorei!!! Saudade, vc faz falta e eu adoro pensar q logo logo vc vai estar por aqui...
Boa sorte pra vcs!!! Adoro os dois!

BIANCA disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
BIANCA disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
BIANCA disse...

é... um ano, tantas emoções, tantas experiências, frustrações... o meu quase um ano(8 meses) foi assim, um mix de tudo. Deu muita saudade, mas agora sinto saudade de lá...estranho isso.
Beta, estou muito feliz por vocês, e isso q vcs estão vivendo não tem preço em um relacionamento. Muitos casais(com mil anos de casados) não viveram tudo isso.
Felicidades!

Saudade
bjos